A
produção do café no Brasil expandiu-se a partir da Baixada Fluminense e
do vale do rio Paraíba, que atravessava as províncias do Rio de Janeiro e
de São Paulo. A cafeicultura no Brasil beneficiou-se da estrutura
escravista do país, sendo incorporada ao sistema plantation,
caracterizado basicamente pela monocultura voltada para a exportação, a
mão de obra escrava e o cultivo em grandes latifúndios.
Nessa
região do Brasil, a produção cafeeira beneficiou-se do clima e do solo
propícios ao seu desenvolvimento. O fato de ser rota de transporte de
mercadorias entre o Rio de Janeiro e as zonas de mineração contribuiu
também para a adoção da lavoura cafeeira, já que parte das terras estava
desmatada, facilitando inicialmente a introdução das roças de café e
beneficiando o escoamento da produção através das estradas existentes.
Os
capitais iniciais para a produção do café vieram dos próprios
fazendeiros e comerciantes, principalmente os que conseguiram acumular
capital com o impulso econômico verificado após a vinda da Família Real
ao Brasil, a partir de 1808.
Em
1836 e 1837, a produção cafeeira superou a produção açucareira, tornando
o café o principal produto de exportação do Império. Os grandes
latifundiários produtores de café, os chamados “Barões do café”,
enriqueceram-se e garantiram o aumento da arrecadação por parte do
Estado imperial.
Surgiram
ainda os chamados comissários do café, homens que exerciam a função de
intermediários entre os latifundiários e os exportadores. Além de
controlarem a venda do produto, garantiam aos latifundiários acesso a
créditos para a expansão da produção e também viabilizavam a compra de
produtos importados.
O
café foi, dessa forma, um dos principais esteios da sociedade brasileira
do século XIX e início do XX. Garantiu o acúmulo de capitais para a
urbanização de algumas localidades do Brasil, como Rio de Janeiro, São
Paulo e cidades do interior paulista, além de prover inicialmente os
capitais necessários ao processo de industrialização do país e criar as
condições para o desenvolvimento do sistema bancário.